Diariamente, as empresas estão sujeitas a diversos Riscos Operacionais e a falta de Gestão de Riscos ao longo da Cadeia de Abastecimento pode ocasionar efeitos negativos significativos e duradouros.
As empresas multinacionais aceitam que suas operações são continuamente afetadas e, embora muitas tenham planos de atenuação e continuidade, estima-se que uma em cada cinco empresas já sofreu perdas significativas, em decorrência de respostas inadequadas em presença de eventos de rompimento.
As Cadeias de Abastecimento modernas e as operações das empresas líderes são particularmente vulneráveis. Isto se deve às seguintes tendências:
- Enfoques Otimizadores na Cadeia que eliminam ou reduzem o inventário. Isso depende da manutenção de um contato estreito com fornecedores, clientes e transportadores, para conseguir respostas rápidas. Qualquer falha nesse processo põe em risco toda a operação.
- Eliminação de rotas ou fornecedores alternativos no abastecimento de produtos para consolidá-los e obter descontos pela escala. Isso contribui para a redução de custos, mas pode expor a empresa a riscos.
- Falta de um enfoque integral na análise das decisões.
- Falta de visibilidade dos pontos mais vulneráveis na operação, em presença de qualquer mudança súbita.
Qual é o enfoque correto de Gestão de Riscos que uma organização deve adotar?
Os dois conceitos-chave para definir o enfoque de uma organização em presença do risco são redundância e flexibilidade.
O conceito de flexibilidade se baseia na intercambiabilidade, na capacidade de trocar elementos na Cadeia de Abastecimento de maneira ágil e eficaz. Pode-se dizer que a flexibilidade é a capacidade de criar redundância, sem incorrer nos custos a que esta implica.
Alguns exemplos de flexibilidade são os seguintes:
- Padronização de processos e instalações ao longo da Cadeia.
- Intercambiabilidade de componentes e produtos acabados.
- Integração dos diferentes elos da Cadeia sob um único comando.
- Estratégias de Adiamento (postponement).
- Alinhamento da estratégia de sourcing ao tipo de fornecedor.
- Colaboração com os membros da Cadeia ampliada.
Além disso, um fator fundamental é a cultura organizacional em presença do risco. Existem várias características que toda organização deve possuir se quiser garantir uma resposta ágil e eficiente em presença de qualquer evento de interrupção:
- Comunicação contínua entre funcionários altamente informados.
- Descentralização da tomada de decisões.
- Condicionamento para enfrentar interrupções.
Qualquer organização operando no ambiente atual possui uma Cadeia de Abastecimento complexa e sujeita a numerosos riscos de rompimento, com efeitos negativos podem ser significativos e duradouros.
Para evitar isso, as organizações devem formular uma estratégia de administração de risco baseada em um rigoroso entendimento dos pontos vulneráveis da Cadeia ampliada e a aplicar esquemas de contenção e atenuação, baseados na combinação adequada de redundância e flexibilidade. Adicionalmente, devem propiciar uma mudança cultural que considere o risco como parte dos desafios enfrentados cotidianamente, e não como uma coisa para a qual é impossível preparar-se.